SINOPSEO filme 1492 - A Conquista do Paraíso se destaca por ser uma grande aventura. Apresenta deslumbrantes cenas dirigidas Ripley Scott (Gladiador, Alien e Blade Runner- O Caçador de Andróides) estrelada por Gérard Depardieu, Armand Assante e Sigourney Weaver. Sem deixar de elogiar a trilha sonora, produzida por Evángelos Odysséas Papathanassíu, mais conhecido como Vangelis,um importante músico de renome internacional nos estilos neo classico, progressivo, música eletrônica e ambiente. O ator Gérard Depardieu interpreta Cristóvão Colombo, que sustenta a ideia de uma nova rota para chegar às índias (local almejado pelos europeus para comércio), porém não deixa de estar sujeito às traições e carnificinas que suas viagens trariam como conseqüência. O filme trata das duas primeiras viagens que se tornaram um marco na vida desse almirante e nos conduz a terceira e última etapa da aventura. O roteiro do filme é marcado por antogonismos, bravura e cegueira, triunfo e desespero,conhecimento científico e senso comum e a arrogância do Velho Mundo, em contraste a inocência do Novo Mundo. 1492 - A Conquista do Paraíso pode ser interpretada como um história de sucesso para os europeus e de apocalipse para os nativos americanos, chamados desde então de "índios". A nova era para o velho Mundo.
A VIAGEM
O Velho Mundo era marcado por crenças e costumes ditados pela religiosidade de um povo, que ao mesmo tempo que valorizava o exemplo de simplicidade e as virtudes pregadas pelo Evangelho, sustentava uma sociedade marcada por desigualdades sociais gritantes. As diferenças de opiniões eram confrontadas com o poder e a ameaça à vida. Não havia a preocupação com a veracidade dos argumentos, mas apenas como prová-los pelo Evangelho e ensinamentos da Igreja Católica, principal instituição da época. Colombo era crente de que a Terra não poderia ser conforme se pregava, não poderia ser plana. As observações e o conhecimento de obras que contradiziam a teoria defendida até então, deveriam ser provavelmente de conhecimento desse navegador. Seria muita audácia empenhar-se em numa viagem acreditando apenas na intuição! A possibilidade da viagem se tornar real, se deu provavelmente devido ao espírito aventureiro dos países ibéricos e em especial, movido pela ganância que buscava um meio de se chegar às Índias e realizar negócios extremamente lucrativos. O interesse inclusive de Colombo era riqueza, títulos, reconhecimento, enfim, destaque. As imagens do filme marcam claramente o interesse da classe mercantil em acenssão, sinalizado pelos dono de navios que procura Colombo. Para a nobreza, o fracasso da viagem não significaria muito, pois custaria um pouco mais que alguns banquetes luxuosos, oferecidos com regularidade para os nobres, mas o seu sucesso, teria um significado muito grande, além de abrir uma nova rota comercial para as Índias, daria o pioneirismo na conquista do Atlântico. Lançar-se ao mar era um ato de coragem e por isso a despedida dos familiares poderia ser o último adeus, percebido nas cenas que mostram o embarque no porto de Palos. As viagens desse período eram perigosas, mesmo conhecendo a rota. Colombo havia divulgado um determiando tempo e distância da viagem para os seus marinheiros, que era apenas um meio de conseguir pessoas que aceitassem viajar. Após algumas semanas frustrantes, jogados no convés, queimados pelo sol e sem encontrar terra e aparentemente muito distante de tal, o motim é eminente, porém contornado por Colombo com a promessa de riqueza fácil por meio de discurso ilusionista. (os marinheiros eram pessoas humildes, que buscavam "sucesso", ummeio de sair da condição de vida que se encontravam)

O ENCONTRO
Colombo ao avistar terra pensa ter chegado ao lugar de destino, acredita que havia atingido as Índias, conforme planejado. O primeiro contato é amistoso e carregado de curiosidade por ambas as partes. Com o passar do tempo, os europeus deixam claro qual o seu interesse em estar ali e esse mesmo interesse é percebido pelos nativos, principalmente em relação ao ouro e às mulheres.
O Novo Mundo, para os europeus, era um grande achado, mas para a corte, que visualizava lucros, aquilo não era o suficiente. As "amostras" levadas à Europa e o a recepção dada pela corte sinaliza o quanto os europeus estavam interessados em riquezas e Colombo trouxera muito pouco, migalhas rústicas de um local selvagem.
O projeto de ocupação/conquista/invasão fica evidente no momento que alguns homens são designados para construir um forte na região. O que daria aos navegadores a certeza do estabelecimento. A religiosidade era utilizada para camuflar os reais motivos (Levar o Evangelho aos pagãos e os pagão à Igreja).
A VIOLÊNCIA
No decorrer da história apresentada pelo filme, a violência é tratada com uma normalidade espantosa, em especial para aqueles que ainda imaginam o contato entre europeus e americanos como algo mágico, especial e bonito. As diferenças culturais não eram tratadas como "diferenças" mas sim, classificadas como inferiores e ou superiores e isso não tinha significado algum diante da cultura elitizada e cristianizada dos europeus.
O clima de traição, violência, poder e abuso promovido pela elite é bem tratado pelo personagem Moxica, que representa muito bem os interesses da classe nobre, infestada por princípios políticos criados para atenderem a seus interesses: a dominação e a busca constante por riqueza. Por isso, o confronto entre Moxica e Colombo inicia-se a partir de pequenos desentendimentos, percebido na forma de encarar o Novo Mundo, entre uma classe em ascendência e a nobreza.
Os "nativos" são tratados com potencial de trabalho escravo, apesar do nível produtivo ser muito inferior ao conhecido na Europa. O medo e o terror são as características guias usadas para estimular o trabalho constante e rentável. Quando Moxica amputa o braço de um nativo acusando-o de estar mentindo na hora de entregar o ouro, pretendia antes de tudo, incutir o medo e o terror nos demais, descartando as possíveis tentantivas de fuga e revolta.
É muito comum os livros de história descreverem com interesse muitas batalhas. No entanto, poucas vezes trabalha a questão dos conflitos ocorridos na América pré-colombiana. Essas batalhas entre tribos podem ter dizimado muitas delas, ocasionando inclusive o extermínio de algumas. A aversão a dominação existe, mas a inocência dos nativos permite a continuação do processo de colonização (invasão) de seu território (no filme há uma cena em que os marinheiros deixados por Colombo para construção de um forte/feitoria, aparecem mortos após o seu retorno. A explicação dada pelos nativos está relacionada à vinda de guerreiros por mar. De fato,não podemos deixar de perceber que muitas outras tribos habitavam as ilhas próximas e o continente, até então, desconhecido por Colombo).
A noção de justiça está ligada aos interesses de cada classe. A Europa estava minada pelos ideias católicos de caça às bruxas e a execução de pessoas em locais públicos era um evento a ser acompanhado pelos fiéis. No Novo Mundo, a noção de justiça foi trazida como um valor a ser implantado, seguindo sempre orientações religiosas católicas. Quando ocorre a desavença limite entre Colombo e Moxica, o vencedor desse embate passa a ser o juiz. Colombo manda executar, em público, como era comum nesse período, os discordantes de seu projeto. Agora, criminosos condenados por traição.
O FIM
O filme "1492 - A Conquista do Paraíso" coloca em questão muitas das ideias de conquista apresentadas até então. Deixa claro, que o processo de entrada do europeu nas novas terras, batizadas mais tarde de América, em homenagem a Américo Vespúcio, foi um feito heróico para os europeus, mas uma invasão cruel para os nativos. Se partirmos do princípio de que o plano inicial era de se chegar às Índias com o intuito de comercializar especiarias, podemos perguntar: Porque os europeus decidiram rapidamente construir um forte, que era um sinal de domínio? Porque não seguiram viagem para encontrar as cidades descritas por navegadores que antecederam Colombo? Quais eram as verdadeira intenções em relação ao comércio com as Índias?

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